Arquivo de agosto, 2014

Hoje trazemos os comentários de 12 questões de bioquímica abordadas nos diversos exames de qualificação da UERJ. O link abaixo apresenta as questões:

aulão1

Agora, vamos aos comentários:

1) Para resolver esta questão precisamos relembrar o conceito geral de síntese de proteínas:

“Processo dividido em duas etapas. A primeira é chamada de transcrição e envolve a formação de uma molécula de RNA a partir de uma sequência de DNA. Em seguida, ocorre à tradução, processo em que a molécula de RNA é lida e formará uma molécula de proteína.”

Agora, devemos analisar as informações apresentadas no gráfico. Repare que, neste caso, o gráfico indica a quantidade de proteínas formadas em ovos fertilizados e não-fertilizados de ouriço do mar mediante a marcação com um elemento radioativo (14C). Então, pergunto a vocês: quais diferenças são observadas ao comparar ovos não-fertilizados com fertilizados? Se vocês observarem atentamente o gráfico, irão ver que a quantidade de proteínas é muito maior em ovos fertilizados do que nos não-fertilizados. Então, realizou-se uma experiência. Nela, adicionou-se um antibiótico (actinomicina D) ao meio que continham ovos fertilizados e determinou-se a quantidade de proteínas formadas. O enunciado informa também que este antibiótico inibe a transcrição, ou seja, impede a formação de RNAm a partir de DNA. Então, pergunto a vocês: a presença do antibiótico afetou a formação de proteínas nos ovos fertilizados? Se analisarem atentamente o gráfico, irão verificar que a quantidade de proteínas permaneceu praticamente igual aos ovos fertilizados que não receberam antibiótico.
Agora, vamos analisar as alternativas:

a) Observamos que a quantidade de proteínas aumentou significativamente após a fertilização dos ovos. Contudo, isso não indica que a estabilidade das mesmas tenha aumentado. ALTERNATIVA INCORRETA!

b) A tradução é a formação de proteínas a partir do RNA. No item, diz-se que a tradução seria a formação de RNA a partir de DNA, ou seja, o item apresenta uma afirmativa errada, ALTERNATIVA INCORRETA!

c) A transcrição é a formação de RNA a partir de uma sequência de DNA e não a conversão do RNA em proteínas. ALTERNATIVA INCORRETA!

d) Repare que o enunciado diz que o antibiótico inibe a transcrição, ou seja, diminui a formação de RNAm. Como o RNAm será traduzido em proteína posteriormente, quanto maior a taxa de transcrição maior a quantidade de proteínas. Logo, se o antibiótico houvesse bloqueado a transcrição, esperávamos que a quantidade de proteínas nos ovos fertilizados tratados com antibiótico fosse diminuir, o que não ocorreu. Sendo assim, isso indica que a transcrição já havia ocorrido antes da adição do antibiótico. ALTERNATIVA CORRETA!

 

2) Essa questão trata de um método aplicado em laboratórios de pesquisa conhecido como ELETROFORESE EM GEL. Caso tenham interesse em compreender o método, o vídeo abaixo apresenta uma ilustração bastante didática e, embora esteja em inglês, apresenta legenda:

http://www.youtube.com/watch?v=TZ-K13Y4ffw

Mas para resolvê-la não é necessário conhecermos o procedimento. Basta compreendermos três pontos essenciais:

– As proteínas podem apresentar carga positiva, negativa ou nula em função do pH do meio onde se encontram. Geralmente, em pH ácido apresentam carga negativa e em pH básico apresentam carga positiva.

– O ponto isoelétrico (pI) de uma proteína representa o pH em que a mesma apresenta carga nula.

– Quanto maior a diferença entre o pI da proteína e o pH do meio, maior será sua carga.

Os três tópicos acima são apresentados no enunciado e bastam para que possamos resolver esta questão. A primeira informação que vamos aplicar é o fato da diferença o pI e o pH indicarem qual proteína possui maior ou menor carga. No enunciado, apresentam-se quatro proteínas e diz-se que o pH do meio é igual a 6,0. A primeira proteína tem pI igual a 8,0; logo, a diferença para o pH do meio é igual a 2. A segunda proteína tem pI igual a 7,6; logo, a diferença para o pH é igual a 1,6. A terceira proteína tem pI igual a 6,6; logo, a diferença para o pH é igual a 0,6. Por fim, a quarta proteína possui pI igual a 4,8 e diferença de 1,2 para o pH do meio. Sabendo essas diferenças, podemos ordenar as proteínas em função de suas cargas.
LEMBRE-SE!!! Quanto maior a diferença, maior a carga da proteína. Então, como ficaria a ordem crescente de proteínas em função de suas cargas? O correto seria:

Alfaglobulina < Albumina < Betaglobulina < Gamaglobulina

No entanto, na pergunta, questiona-se qual a ordem crescente de velocidade de migração. Basta lembrarmos o seguinte:

“Quanto maior a carga, maior a velocidade de migração da proteína!”

Sendo assim, a proteína que apresentar menor carga, terá menor velocidade de migração e vice-versa. Desse modo, a ordem crescente das velocidades é igual a ordem crescente das cargas das proteínas. Logo, a resposta correta seria a letra D.

 

3) Este enunciado aborda a temática do controle de pH sanguíneo e dos sistemas-tampão do sangue.
O sangue apresenta como principal mecanismo de controle do pH, um sistema-tampão chamado de bicarbonato/ácido carbônico (HCO3-/H2CO3). Neste caso, o CO2 presente no sangue reage com a água, formando ácido carbônico, que se ioniza e forma íons H+ e HCO3- (bicarbonato), como representado na reação apresentada no enunciado. Sendo assim, a concentração de CO2 no sangue irá influenciar indiretamente no valor do pH. Raciocinemos da seguinte forma:

“Se aumentarmos a concentração de CO2 no sangue, o que ocorrerá com a quantidade de H+ formado? Também aumentará. Sendo assim, um aumento no CO2 no sangue, aumenta a concentração de H+.”

Agora, analisemos a situação apresentada. No enunciado da questão, fala-se que o pH sanguíneo é controlado pelo ritmo respiratório e menciona-se uma condição chamada de HIPERVENTILAÇÃO, perguntando o que ocorrerá com a concentração de H+ e com o pH quando estamos nessa condição. Para auxiliar-nos, o enunciado apresenta uma tabela, em que quatro combinações distintas de concentração de H+ e de pH são apresentadas como alternativas. Se vocês tiverem atenção, observarão que duas das condições apresentadas não podem ser corretas: I e IV. Lembre-se que a concentração de H+ é inversa ao pH; quanto maior a concentração de H+, menor será o pH e vice-versa. Sendo assim, a concentração de H+ e o pH não podem estar altos ao mesmo tempo, nem baixos ao mesmo tempo.
Agora, vamos avaliar a situação apresentada na questão. Sob hiperventilação, o que irá ocorrer com a concentração de CO2 no sangue? No próprio enunciado, diz-se que aumenta a eliminação de CO2 pela expiração. Sendo assim, a concentração de CO2 irá diminuir no sangue, provocando uma redução na concentração de H+. Logo, a concentração de H+ fica baixa e o pH fica mais alto. Desse modo, a resposta correta é a letra C.

 

4) Esta questão aborda a temática do metabolismo energético muscular. Para auxiliar na resolução, duas informações são apresentadas no enunciado: uma tabela e um esquema do metabolismo energético. A tabela indica três tipos de corridas (100, 400 e 800 m) e o percentual de energia obtida por fonte aeróbia e anaeróbia em cada uma dessas corridas.
Para resolvê-la, basta recordarmos sobre as fontes aeróbias e anaeróbias de produção de energia. O metabolismo de carboidratos se inicia com a glicólise (quebra de glicose, formando duas moléculas de piruvato). Uma vez que ocorreu a glicólise, o piruvato pode seguir caminhos distintos:

– Na presença de O2: o piruvato é convertido em acetil-CoA e participa do ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa. Este processo caracteriza a RESPIRAÇÃO CELULAR.

– Na ausência de O2: o piruvato é convertido em lactato, caracterizando a FERMENTAÇÃO LÁCTICA.

Agora, vamos avaliar a pergunta apresentada: “Ao final da corrida de 400 m, a maior parte da energia despendida é oriunda da atividade metabólica ocorrida em quais etapas?”. Ao analisarmos a tabela, vemos que 70% da energia obtida pelo recordista na corrida de 400 m é de fonte anaeróbia. Sabendo disso, podemos deduzir que a energia provém da fermentação láctica. Baseado no conceito apresentado acima, sabemos que a fermentação envolve a conversão de piruvato a lactato. Desse modo, a alternativa correta é a letra A.

 

5) A questão abaixo apresenta um esquema de diversas etapas do metabolismo de carboidratos nos seres vivos. Se analisarmos o esquema atentamente, veremos que ocorre a síntese e degradação de uma série de carboidratos (celulose, glicogênio, amido e glicose). Então, pergunta-se quais dessas etapas ocorrem nos consumidores primários. Para resolvê-la, devemos analisar os diversos pares de etapas.
Inicialmente, vamos analisar as etapas 1 e 2. A etapa 1 representa a conversão de CO2 e H2O em glicose (C6H12O6), enquanto a etapa 2 representa a conversão de glicose, formando CO2 e água. Então, devemos nos perguntar: “Qual processo absorve gás carbônico e água e forma glicose? E qual processo envolve a quebra de glicose, formando gás carbônico e água?”.
A resposta é extremamente simples: o processo 1 representa a fotossíntese e o processo 2 é a respiração celular. Lembrem-se das equações gerais desses dois processos:

Fotossíntese: 6 CO2 + 12 H2O → C6H12O6 + 6 O2 + 6 H2O

Respiração Celular: C6H12O6 + 6 O2 → 6 CO2 + 6 H2O

Agora, devemos nos perguntar qual(is) desse(s) processo(s) são realizados pelos consumidores primários. Se é um consumidor, significa que ele se alimenta de outros seres vivos, ou seja, é um organismo heterótrofo. Sendo assim, podemos deduzir que eles não realizam a fotossíntese. Desse modo, as alternativas A e B estão incorretas. Contudo, todos os seres vivos, sem exceção, realizam a respiração celular (inclusive os consumidores). Sendo assim, a alternativa B é a resposta correta. Repare! Sabendo esta única informação, você consegue resolver a questão.

cadeias

 

 

6) O esquema abaixo pode auxiliar na resolução da questão, visto que apresenta uma representação geral de diversas etapas metabólicas que ocorrem no fígado, como, por exemplo, síntese e degradação de glicogênio e de glicose, oxidação de ácidos graxos e desaminação dos aminoácidos. Os processos de síntese caracterizam o ANABOLISMO, enquanto as reações de degradação envolvem o CATABOLISMO.

metabolismo fígado

Agora, devemos considerar que a ocorrência das etapas representadas no esquema acima irá variar em função da condição metabólica. Em termos gerais, o organismo possui dois estados metabólicos: jejum e bem alimentado.

Sob estado bem alimentado, pouco tempo após a refeição, os níveis de um hormônio pancreático chamado de INSULINA se elevam no sangue. Este hormônio irá ativar algumas vias metabólicas, como, por exemplo, a glicólise (quebra da glicose em piruvato) e a glicogênese (síntese de glicogênio), assim como a síntese de ácidos graxos a partir de acetil-CoA e o armazenamento de triglicerídeos no tecido adiposo.

Sob estado de jejum, um outro hormônio pancreático, chamado GLUCAGON, passa a controlar as diversas vias metabólicas, ativando as vias de degradação (catabolismo), como, por exemplo, a glicogenólise (quebra de glicogênio em glicose), o consumo dos triglicerídeos presentes no tecido adiposo e a oxidação dos ácidos graxos, a desaminação dos aminoácidos (que gera piruvato e intermediários presentes no ciclo de Krebs) e ativa uma via de síntese chamada de gliconeogênese (síntese de glicose, a partir de intermediários como piruvato, glicerol ou aminoácidos).  

Em resumo, a insulina estimula o organismo a “guardar” a glicose no fígado sob a forma de glicogênio e os ácidos graxos no tecido adiposo sob a forma de triglicerídeos. O glucagon, por sua vez, estimula o consumo das reservas energéticas (glicogênio hepático e muscular e os triglicerídeos), assim como a síntese de glicose no corpo.

Considerando estas informações, podemos responder à pergunta apresentada na questão. Repare que é perguntado quais etapas são ativadas após uma pessoa se manter por jejum por 24h. Já sabemos que o jejum estimula a glicogenólise, a oxidação dos ácidos graxos, a desaminação dos aminoácidos e a gliconeogênese. Sabendo disso, podemos deduzir que esses quatro processos metabólicos, representados pelos itens 1, 3, 5 e 6, estarão ocorrendo mais intensamente. Sendo assim, o gráfico X representa esta condição e a resposta correta é a letra B.

 

7) Esta questão aborda os conceitos gerais de respiração celular e fermentação láctica. Para resolvê-la, precisamos recordar brevemente estes dois processos:

 – A respiração celular aeróbia é um processo dividido em três etapas glicólise (quebra de glicose em piruvato), ciclo de Krebs e cadeia respiratória (ou transportadora de elétrons). A primeira etapa é anaeróbia, ou seja, ocorre na ausência de O2. Contudo, a ocorrência do ciclo de Krebs e da cadeia respiratória (etapas mitocondriais) irá depender da disponibilidade de oxigênio, visto que o mesmo atua como aceptor final de elétrons na cadeia respiratória.

 – A fermentação láctica é uma via alternativa de reoxidação do NADH (o NAD é necessário para a continuidade da glicólise), que ocorre em condições anaeróbias, convertendo o piruvato em lactato.

 No enunciado da questão, diz-se que foi adicionado um inibidor da cadeia respiratória e pergunta-se qual o ácido deverá acumular-se nesta condição. Vamos raciocinar juntos! Na presença de um inibidor de cadeia respiratória, esta etapa estará bloqueada. Como uma de suas funções envolve a reoxidação do NADH (transformá-lo novamente em NAD, para que possa ser reutilizado), alguém deverá substituir a cadeia respiratória neste processo. Sendo assim, na presença deste inibidor, o NADH será reoxidado pelo processo de fermentação láctica, promovendo o acúmulo de ácido láctico ou lactato. Desse modo, a resposta correta é a alternativa A.

nad

 

 

8) Esta questão aborda um tema relacionado com a química, que é o conceito de meia-vida, relacionado com a temática de radioatividade. Para resolvê-la, temos que relembrar o conceito de meia-vida:

 “Tempo necessário para que a quantidade de determinado material radioativo se reduza à metade.”

 Sabendo disso, podemos interpretar e resolver a questão. Ao analisar a tabela, podemos verificar que a radioatividade aumenta ao longo do tempo para as quatro proteínas estudadas (W, X, Y e Z). Contudo, a partir de 8 minutos, a radioatividade começa a diminuir. Para estimarmos a meia-vida dessas quatro proteínas marcadas deveremos observar a queda de radioatividade para cada uma das proteínas:

 – Proteína W: a radioatividade cai de 28 para 27 e depois para 26, ou seja, a cada dois minutos, a radioatividade cai uma unidade.

– Proteína X: a radioatividade cai de 25 para 23 e depois para 21, ou seja, a cada dois minutos, a radioatividade cai duas unidades.

– Proteína Y: a radioatividade cai de 24 para 21 e depois para 18, ou seja, a cada dois minutos, a radioatividade cai três unidades.

– Proteína Z: a radioatividade cai de 20 para 16 e depois para 11, ou seja, a cada dois minutos, a radioatividade cai em média 4,5 unidades.

 Agora, pergunto a vocês: “Considerando as informações acima, a meia-vida será menor para qual proteína?”. Basta relembrarmos o conceito de meia-vida e podemos deduzir que aquela proteína que decai mais rapidamente será aquela que possui menor meia-vida (menor tempo de decaimento). Sendo assim, a proteína de menor meia-vida é a Z. Logo, a resposta correta é a alternativa D.

 

9) Já vimos na questão 6 apresentada acima que, sob condição de jejum, o fígado realiza gliconeogênese, que é a síntese de glicose a partir de outras moléculas, como, por exemplo, piruvato, glicerol e aminoácidos. Dentre as moléculas mencionadas, somente uma está apresentada nas alternativas, que são os aminoácidos. Sendo assim, a resposta correta é a letra C.

 

10) Esta questão aborda os processos de fermentação. O enunciado apresenta um esquema do processo de fermentação láctica, indicando a conversão de piruvato a lactato. Então, pergunta-se qual o produto da fermentação realizada pela levedura utilizada na fabricação de cerveja. A levedura é um fungo que realiza fermentação alcoólica, processo em que o piruvato é convertido a etanol e gás carbônico.

Sabendo disso, podemos deduzir que a resposta correta é a alternativa A.

 

11) Esta questão aborda o tema proteínas. No enunciado, apresenta-se um gráfico, que indica a carga de quatro proteínas em função do pH do meio. Para resolver este item, precisamos ter atenção a uma informação apresentada:

 A molécula do DNA, em pH fisiológico, apresenta carga elétrica negativa, devido a sua natureza ácida. No núcleo celular, ela está associada a proteínas, de caráter básico, denominadas histonas.”

 Esta única informação ajuda-nos a solucionar a questão. Repare que diz-se que o DNA apresenta carga negativa em pH fisiológico. Qual é o pH fisiológico? É o pH mais comum dos fluidos corporais e seu valor é aproximadamente 7,4.

Agora, devemos avaliar outro ponto: diz-se que o DNA está associado a proteínas, de caráter básico, chamadas de HISTONAS. Então, pergunta-se qual das curvas do gráfico pode representar uma histona. Para resolver isso, basta lembrar-nos da lei de atração e repulsão, que diz que cargas opostas se atraem e cargas iguais se repelem. Então, pergunto a vocês: “Sabendo que o DNA possui carga negativa em pH fisiológico e tendo conhecimento da lei de atração e repulsão, qual deverá ser a carga das histonas, em pH fisiológico, para que possam interagir com o DNA?”. A resposta é simples: se o DNA possui carga negativa, só poderá interagir com proteínas que, em pH fisiológico, possuam carga positiva.

Então, analisemos o gráfico: somente a proteína W apresenta carga positiva em pH 7,4.  Sendo assim, a resposta correta é a alternativa A.

 

12) O enunciado da questão fala sobre os efeitos de uma droga, a aloxana, que destrói as células β das ilhotas pancreáticas. Além disso, apresenta quatro gráficos que representam a variação de três parâmetros distintos: taxa de glicose no sangue e na urina e taxa de glicogênio hepático. Por fim, pergunta-se qual gráfico representa os animais que foram previamente tratados com aloxana.

Para resolver esta questão, devemos nos perguntar qual a função das células β do pâncreas. A resposta é simples: estas células são responsáveis pela produção de insulina, um hormônio que controla o metabolismo. O principal efeito da insulina é o controle da glicemia (taxa de glicose no sangue). Esse hormônio remove a glicose do sangue e guarda-a nas células hepáticas e musculares sob a forma de glicogênio, de modo que reduz a glicemia.

Sabendo dos efeitos acima mencionados, podemos resolver a questão. Raciocinemos! A aloxana destrói as células β do pâncreas, de modo a provocar uma intensa redução na produção de insulina. Se os níveis de insulina diminuem no sangue, menor quantidade de glicose será removida, promovendo um aumento na glicemia (taxa de glicose no sangue). Sabendo disso, somente os gráficos W e Y podem estar corretos. Se pouca glicose está sendo retirada do sangue, isso implica que menor quantidade de glicogênio será formada no fígado; logo, a taxa de glicogênio hepático tenderá a diminuir. Sabendo disso, já podemos deduzir que o gráfico Y representa o animal tratado com aloxana. Então, deduzimos que a taxa de glicose na urina aumenta; isso se deve ao excesso de glicose no sangue é característico de pacientes diabéticos.

Desse modo, a resposta correta é a alternativa C.

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EBOLA: UMA AMEAÇA MUNDIAL?

Publicado: 6 de agosto de 2014 em Sem categoria

Todos temos visto as notícias sobre a ocorrência da maior epidemia de Ebola na história. Mais de 1500 casos e quase 900 mortes até o presente momento. A epidemia por enquanto restringe-se a quatro países africanos: Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Contudo, um casal de médicos americanos está sendo tratado nos Estados Unidos. 

Um tema tão atual pode ser abordado em provas de vestibular. Por conta disso, disponibilizamos o texto abaixo, que representa uma tradução das informações sobre o vírus e a doença, que estão disponíveis no site da Organização Mundial de Saúde (OMS). Façam bom proveito

 

VÍRUS EBOLA

ebolavírus é um filovírus (o outro membro desta família é o vírus Marburg), com forma filamentosa, com 14 micrômetros de comprimento e 80 nanômetros de diâmetro. O seu genoma é de RNA fita simples de sentido negativo (é complementar à fita codificante). O genoma é protegido por capsídeo, é envelopado e codifica sete proteínas.

 

  • Doença do vírus Ebola (EVD), anteriormente conhecida como febre hemorrágica Ebola, é uma doença grave, fatal em seres humanos.
  • Surtos de EVD têm uma taxa de letalidade de até 90%.
  • Surtos de EVD ocorrem principalmente em aldeias remotas na África Central e Ocidental, perto de florestas tropicais.
  • O vírus é transmitido para as pessoas a partir de animais selvagens e se espalha na população humana através da transmissão de humano para humano.
  • Morcegos de fruta da família Pteropodidae são considerados o hospedeiro nativo do vírus Ebola.
  • Pacientes gravemente doentes requerem tratamento de suporte intensivo. Nenhum tratamento ou vacina específica licenciado está disponível para uso em pessoas ou animais.
  • Ebola apareceu pela primeira vez em 1976, em dois focos simultâneos, em Nzara, Sudão e em Yambuku, República Democrática do Congo. O último foi situado em uma vila perto do rio Ebola. O gênero Ebolavírus é 1 de 3 membros da família Filoviridae (filovírus), juntamente com marburgvirus e cuevavirus. É composto por cinco espécies distintas.

 

TRANSMISSÃO

Ebola é introduzido na população humana através de um estreito contato com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de animais infectados. Na África, a infecção tem-se documentado através da manipulação de chimpanzés infectados, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes florestais e porcos-espinhos encontrados mortos ou doentes ou na floresta.

Ebola se espalha na comunidade, em seguida, através da transmissão de humano para humano, resultando em infecção por contato direto (através da pele ou mucosas) com o sangue, secreções, órgãos ou outros fluidos corporais de pessoas infectadas, e contato indireto com ambientes contaminados com tais fluidos. Cerimônias fúnebres em que os enlutados têm contato direto com o corpo da pessoa falecida podem desempenhar um papel também na transmissão de Ebola. Homens que se recuperaram da doença ainda pode transmitir o vírus por meio de seu esperma para até sete semanas após a recuperação da doença.

Os profissionais de saúde foram frequentemente infectados durante o tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação de EVD. Isto ocorreu através do contato próximo com pacientes. Precauções ao controle da infecção não são estritamente praticadas.

 

SINTOMAS

EVD é uma doença viral aguda grave frequentemente caracterizada pelo aparecimento súbito de febre, fraqueza intensa, dores musculares, dor de cabeça e dor de garganta. Isto é seguido por vômitos, diarreia, erupções cutâneas, e funções hepáticas e renais deficientes e, em alguns casos, hemorragia tanto interna como externa. Os achados laboratoriais incluem redução de glóbulos brancos e de plaquetas e aumento das enzimas hepáticas.

O período de incubação, isto é, o intervalo de tempo desde a infecção de vírus com o aparecimento dos sintomas, é de 2 a 21 dias.

 

VACINA E TRATAMENTO

Nenhuma vacina licenciada está disponível para EVD. Várias vacinas estão sendo testadas, mas nenhum deles está disponível para uso clínico.

Pacientes gravemente doentes requerem tratamento de suporte intensivo. Os pacientes estão desidratados e exigem frequentemente soluções de re-hidratação oral ou fluidos intravenosos contendo eletrólitos.

Nenhum tratamento específico está disponível. Novas terapias medicamentosas estão sendo avaliados.

 

PREVENÇÃO E CONTROLE 

1. Controle do Reston Ebolavírus em animais domésticos

  • Nenhuma vacina contra RESTV animal está disponível. A limpeza de rotina e desinfecção das fazendas (com hipoclorito de sódio ou outros detergentes) deve ser eficaz na inativação do vírus.
  • Em caso de um surto, o local deve ser colocado em quarentena imediatamente. O abate de animais infectados, com supervisão de enterro ou a incineração de carcaças, pode ser necessário para reduzir o risco de transmissão de animais para humanos. Restringir ou proibir a circulação de animais de fazendas infectadas para outras áreas pode reduzir a propagação da doença.
  • Como surtos RESTV em suínos e macacos têm precedido infecções humanas, o estabelecimento de um sistema de vigilância ativa em saúde animal para detecção de novos casos é essencial no fornecimento de alerta precoce para as autoridades de saúde pública veterinária e humana.

 

2. Redução do risco de infecção por Ebola nas pessoas

Na ausência de tratamento eficaz e uma vacina humana, a conscientização sobre os fatores de risco para a infecção pelo Ebola e as medidas de proteção podem tornar-se a única forma de reduzir a infecção humana e a morte.

Na África, durante surtos de EVD, mensagens de saúde pública de ensino para a redução de risco devem se concentrar em vários fatores:

  • Reduzir o risco de transmissão da vida selvagem para humano do contato com morcegos frutívoros infectados ou macacos e do consumo de sua carne crua. Os animais devem ser manuseados com luvas e outro vestuário de proteção adequado. Produtos de origem animal (carne e sangue) devem ser bem cozidos antes do consumo.
  • Reduzir o risco de transmissão de humano para humano oriundos do contato direto ou próximo com pacientes infectados, em particular com os seus fluidos corporais. Luvas e equipamento de proteção individual adequado devem ser usados quando cuidar de doentes em casa. Lavar as mãos regularmente é necessário depois de visitar os pacientes no hospital, bem como depois de cuidar dos pacientes em casa.
  • Comunidades atingidas por Ebola devem informar a população sobre a natureza das medidas de contenção do surto ou doença, incluindo o enterro dos mortos. Pessoas que morreram de Ebola devem ser prontamente enterradas, obedecendo às regras de segurança e proteção.

 

Granjas de suínos na África podem ter um papel na amplificação da infecção por causa da presença de morcegos frutívoros nestas fazendas. Medidas de biossegurança adequadas devem estar no local para limitar a transmissão. Para RESTV, mensagens educativas de saúde pública deve se concentrar na redução do risco de transmissão de suínos para humanos, resultante das práticas de abate e consumo inseguro de sangue fresco, leite cru ou tecidos animais. Luvas e outro vestuário de proteção adequado devem ser usados ao manusear os animais doentes ou seus tecidos. Em regiões onde haja relatos de RESTV em suínos, todos os produtos de origem animal (sangue, carne e leite) devem ser bem cozidos antes de comer.

 

3. Controlar a infecção em estabelecimentos de assistência à saúde

A transmissão do vírus Ebola entre pessoas é principalmente associada com o contato direto ou indireto com sangue e fluidos corporais.

Nem sempre é possível identificar os pacientes com EBV cedo porque os sintomas iniciais podem ser não específicos. Por esta razão, é importante que os profissionais de saúde apliquem consistentemente as precauções-padrão com todos os pacientes – independentemente do seu diagnóstico – em todas as práticas de trabalho em todos os momentos. Estes incluem a higiene básica, higiene respiratória, o uso de equipamento de proteção individual (de acordo com o risco de projeções ou de outro contato com materiais infectados), as práticas de injeção segura e práticas funerárias seguras.

Os profissionais de saúde que cuidam de pacientes com suspeita ou confirmação de vírus Ebola devem aplicar, além de precauções-padrão, outras medidas para evitar a infecção por qualquer exposição a sangue e fluidos corporais do paciente e contato direto sem proteção. Quando em contato próximo (até 1 metro) de pacientes com EBV, os profissionais de saúde devem usar protetor da face (uma viseira ou uma máscara médica e óculos de proteção), um vestido de mangas compridas limpo, não estéril e luvas (luvas estéreis).

Os trabalhadores do laboratório também estão em risco. As amostras retiradas de animais e humanos com suspeita de Ebola para o diagnóstico devem ser manuseado por pessoal treinado e processadas em laboratórios devidamente equipados.